qua, 15 de janeiro de 2025

Com a onda Ômicron, leitos de enfermaria são desafio para saúde na região

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Número de pacientes internados em leitos de enfermaria aumentou 289% na região em um mês com nova onda de casos de Covid; criação de novas vagas é novo desafio da saúde pública

Com a nova onda de casos de Covid, provocada pelas festas de fim de ano e pela chegada da variante Ômicron, o número de pacientes internado em leitos de enfermaria subiu de 28 para 109 em um mês na região. Na UTI, também houve aumento, mas foi menor: de 29 para 42. A situação expôs uma nova dificuldade: criar leitos de enfermaria para atender a demanda, já que a nova onda tem trazido casos menos graves que a anterior, graças ao avanço da vacinação.

Nesta terça-feira, 11, o governo estadual mandou abrir 23 leitos de enfermaria em três cidades da região. Foram dez vagas no Hospital de Base de Rio Preto, oito na Santa Casa de Tanabi e cinco na Santa Casa de José Bonifácio. Atualmente, a Secretaria de Estado da Saúde afirma que a região de Rio Preto conta com 179 leitos de UTI e 258 de enfermaria para atendimentos exclusivos de Covid-19.

As dez vagas do HB já entraram em funcionamento. Na segunda, 10, as 30 unidades do hospital estavam ocupadas. Agora, dos 40 leitos, 36 estão com pacientes.

Administrador da Santa Casa de José Bonifácio, Reinaldo Fávero diz que a criação dos novos leitos vem em um momento oportuno, porque a instituição estava sendo pressionada por mais vagas. “Até o final de dezembro, praticamente não havia demanda por leitos, mas depois das festas do final de ano houve um crescimento de 80% de leitos na enfermaria”, afirma o administrador.

Não está descartada a criação de mais leitos de enfermaria, se continuar elevada a demanda pelo serviço. Por meio de nota, a Secretaria Estadual de Saúde afirma que “o Departamento Regional de Saúde (DRS) monitora diariamente o cenário epidemiológico da região e, se necessário, pode ativar novos leitos para a assistência à população”.

Para a pneumologista Mariana Bilachi, do IMC de Rio Preto, a explicação para aumentar a necessidade de leitos de enfermaria e não na UTI pode estar nas características dos sintomas da Ômicron e na imunização da população. “A gente ainda não consegue informar se a cepa deste vírus é menos patogênica, que causa menos gravidade, ou se é o resultado do efeito das vacinas. Pode ser uma soma das duas coisas”, opina a pneumologista.

O médico virologista Maurício Lacerda Nogueira, professor da Famerp, afirma que a vacina está protegendo a população. “As internações estão acontecendo apenas nas enfermarias porque são menos graves por causa da vacina. Ela puxa tudo para baixo. Quem morreria sem a vacina, agora só vai para a UTI. Quem ia para UTI, agora só vai para a enfermaria. E quem ia para enfermagem, nem precisa mais internar”, opina o pesquisador.

Apesar do quadro atual, o virulogista prevê nos próximos meses a redução da demanda e a tão sonhada imunidade de rebanho, algo esperado desde o começo da pandemia. “Com o grande número de casos e de vacinados, em algum momento, nós vamos atingir a imunidade de rebanho, que vai diminuir a pandemia para uma doença endêmica. Eu acredito que isto está próximo”, aposta o especialista.

Dados
Média móvel de casos por dia

Região (102 municípios)

10/12/21: 22
26/12/21: 2
10/1/22: 263
Rio Preto

10/12/21: 5
26/12/21: 0
10/1/22: 212

Pacientes internados na região do Departamento Regional de Saúde (DRS)

UTI

10/12/21: 29
26/12/21: 21
10/1/22: 37

Enfermaria

10/12/21: 28
26/12/21: 40
10/1/22: 109
Ocupação de leitos na região nesta segunda-feira, 10

Enfermaria: 51,1%
UTI: 33%

Fonte: Governo do Estado

Passo a passo
O que fazer em suspeita de Covid-19

Casos suspeitos

Comunicar a empresa
Assistência médica
Ligar para a telemedicina
Procurar posto de saúde ou convênio

Quando testar

Cinco dias após ter contato com alguém contaminado com Covid
Segundo dia após sintomas ou contato com alguém contaminado com Gripe H3N2
Afastamento do trabalho

Apresentar atestado médico
Empresa é obrigada a pagar por até 15 dias de afastamento, após isso o caso é encaminhado ao INSS
Tempo de isolamento

Com sintomas

De 7 a 10 dias – sintomáticos devem ser testados no sétimo dia. Em caso de negativo, pode sair do isolamento. Se for positivo, porém, é preciso esperar até o décimo dia.

Sem sintomas

De 5 a 7 dias – assintomáticos devem ficar em casa no mínimo cinco dias. Para sair do isolamento sem teste, é preciso esperar o sétimo dia. Para sair antes, o teste deve ser feito no quinto dia. Em caso positivo, a pessoa deve ficar em isolamento por até dez dias

Fonte: Ministério da Saúde e reportagem

Marco Antonio dos Santos – diarioweb.com.br