sáb, 08 de março de 2025

Cliente que quebrou braço de atendente de padaria após pedido para usar máscara na pandemia é condenado a 7 anos de prisão

Júri que ocorreu terça-feira (18), em Santa Adélia (SP), durou cerca de 15 horas. Cabe recurso da decisão. Márcio Roberto Rodrigues foi condenado por tentativa de homicídio com duas qualificadoras.

O ajudante de motorista acusado de quebrar o braço e agredir uma atendente após ela pedir para que ele usasse corretamente a máscara de proteção contra a Covid-19 foi condenado a sete anos de prisão em regime semiaberto. O júri popular, que ocorreu na terça-feira (18), em Santa Adélia (SP), durou cerca de 15 horas.

Conforme apurado pelo g1, Márcio Roberto Rodrigues foi condenado por tentativa de homicídio, qualificado com motivo torpe e recurso que impossibilitou a defesa da vítima, em conformidade com a denúncia no Ministério Público. Ele respondeu ao processo em liberdade. Cabe recurso da decisão.

Questionada pela reportagem, a defesa de Márcio informou que sustenta que a condenação deveria ter sido por lesão corporal grave, por considerar a tese de tentativa de homicídio um excesso. Diante disso, os advogados informaram que vão recorrer da decisão ao Tribunal de Justiça de São Paulo.

O crime ocorreu no dia 11 de junho de 2021, em uma padaria no bairro Jardim União, em Palmares Paulista (SP). Uma câmera de segurança flagrou o momento em que Adriana da Silva alerta Márcio com relação ao uso da máscara, que estava na altura do queixo dele (assista acima).

Dentro da padaria, um cartaz avisava: a máscara é obrigatória, em cumprimento à lei estadual, publicada em 2020.

Irritado, ele invadiu a área atrás do balcão, onde estava a funcionária. Adriana, então, saiu correndo, mas foi perseguida e agredida com uma rasteira e um chute em um dos braços.

Em seguida, Adriana foi acolhida por uma moradora, colocada para dentro de uma casa e levada ao pronto-socorro de Catanduva (SP), cidade a 20 minutos de distância de Palmares Paulista. Com hematomas e uma fratura, ela precisou passar por cirurgia e colocou uma placa de titânio.

“Eu vi a morte. Lembrava da minha mãe, dos meus filhos, não acreditava que iria sobreviver. Tinha muita gente olhando, mas ninguém fazia nada. Olhei o sangue e pensei que morreria”, desabafou a atendente, em entrevista ao g1 em 2021.

Márcio Roberto foi preso em 17 de junho, seis dias depois do crime, em Meridiano (SP). Ele teve a prisão preventiva decretada e permaneceu preso por quatro meses, mas depois foi solto.

À época, foi concedida a liberdade do acusado mediante condições como a de ser levado para uma clínica de reabilitação, onde ele fez tratamento em tempo integral.

Durante depoimento à polícia, inicialmente o acusado negou o crime, dizendo que Adriana escorregou e caiu sozinha, apesar de pelo menos 12 testemunhas terem presenciado as agressões.

Além disso, ele confessou que havia bebido pinga no dia e comentou que se estressou após Adriana o chamar de “vagabundo”.

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