Cinco ex-funcionários suspeitos de fraudar e desviar dinheiro em cartório são presos em Votuporanga

Na manhã desta quinta-feira (20), o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), em colaboração com a Polícia Militar e a Delegacia de Investigações Gerais (DIG), prendeu cinco ex-funcionários do 1º Tabelião de Notas e de Protesto de Letras e Títulos da Comarca de Votuporanga (SP). Os suspeitos são acusados de fraudar e desviar dinheiro do cartório.

A investigação, que resultou na Operação Eclesiastes 5:10, foi iniciada em 8 de abril. A operação cumpriu cinco mandados de prisão preventiva e sete de busca e apreensão. Entre os detidos está o suspeito de liderar a organização criminosa.

Segundo o delegado responsável pelo caso, Tiago Madlum Araújo, o prejuízo causado pela organização é milionário. A fraude envolvia a cobrança de valores superfaturados para registros de escrituras, testamentos e inventários, com algumas taxas chegando ao dobro do valor correto. Em um dos casos, uma igreja local sofreu um prejuízo de R$ 14 mil, enquanto uma família foi lesada em R$ 60 mil, necessitando até pedir empréstimos para pagar as taxas abusivas.

As irregularidades foram denunciadas por uma tabeliã, levando o juiz Sérgio Martins Barbatto Júnior a fazer uma representação criminal contra os suspeitos. A investigação apurou que os ex-funcionários usavam contas pessoais para receber os pagamentos via Pix, emitindo recibos falsos que indicavam descontos que nunca foram aplicados às vítimas.

A Associação dos Notários e Registradores de São Paulo (Anoreg) confirmou que os suspeitos foram demitidos e que a entidade está colaborando com as autoridades. A fraude teria ocorrido por aproximadamente quatro anos, desde a nomeação do interventor em abril de 2020 até sua substituição.

Os envolvidos respondem por peculato, organização criminosa, corrupção passiva, falsificação de setor público e falsificação de documento público. A operação contou com a participação de cinco promotores de Justiça, seis servidores do Ministério Público, dois delegados de polícia, seis policiais civis e sete viaturas do Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep).

A Operação Eclesiastes 5:10 foi assim nomeada em referência à ganância desenfreada dos suspeitos, refletindo a passagem bíblica que diz: “Quem ama o dinheiro jamais dele se farta; e quem ama a abundância nunca se farta da renda.”

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