qua, 15 de janeiro de 2025

Casal suspeito de matar bebê de 1 ano é indiciado por homicídio triplamente qualificado

mirella

De acordo com a titular da DDM, os laudos apontam que a causa da morte da criança em Penápolis (SP) não foi natural. Casal, que estava preso temporariamente desde fevereiro, foi ouvido novamente pela polícia.

A mãe e o padrasto da bebê Mirella, de um ano e três meses, que foi levada morta ao pronto-socorro de Penápolis (SP) foram indiciados na quinta-feira (14) por homicídio triplamente qualificado. O padrasto também foi indiciado por porte ilegal de munição, que foi encontrada na casa no dia do crime.

A delegada Thaisa da Silva Borges, da Delegacia da Defesa da Mulher (DDM) de Penápolis, contou ao g1 que os laudos e as marcas no corpo da criança indicam que ela levou pancadas.

“Uma das qualificadoras incidentes no caso é o uso do meio cruel, porque nota-se que a criança poderia ter sido espancada por um adulto. Tem também a questão da impossibilidade de oferecer defesa, em razão da desproporcionalidade das forças do adulto com a vítima”, afirma a delegada. De acordo com a titular da DDM, o laudo definitivo da Polícia Científica de São Paulo (SP) apontou que Mirella não sofreu abuso sexual, mas que a causa da morte não pode ter sido natural.

“A causa mortis foi ratificada, houve a dilaceração do fígado e acrescentando o politraumatismo craniano, além do trauma abdominal, como foi falado anteriormente”, diz ela.

casal, que estava preso temporariamente desde fevereiro, foi ouvido novamente pela delegada.

“Eles praticamente confirmaram a versão apresentada em um primeiro momento e, quando questionados a respeito, principalmente para a mãe da criança se ela concordava com o que estava descrito no laudo, ela até começou a apresentar certa desconfiança em relação à real inocência do companheiro dela. Foi a única coisa de diferente até então. No mais, eles confirmaram as versões apresentadas anteriormente”.

versão do casal de que Mirella teria caído foi questionada durante as investigações. Portanto, foi solicitado um laudo do Instituto de Física em São Paulo para saber se o peso da criança seria suficiente para ocasionar o tombamento do cercadinho onde ela ficava.

“Eles utilizaram um peso de 12 quilos aproximadamente e verificaram que, sim, o cercadinho poderia ter sido tombado. Ocorre que o peso da criança era de nove quilos e pouquinho. Então, entre nove e 12 quilos, o cercadinho poderia ter sido tombado. Só que não especificaram diretamente se a tese levantada pelos investigados pode ou não se dizer concretizada. Esse laudo com certeza vai ser usado pela acusação para poder rebater as alegações por eles formuladas”, afirmou a delegada. A responsável pelas investigações também informou que foi utilizado o luminol, material que verifica a presença de sangue no local do crime. “A substância reagiu no cercadinho da criança, em alguns lugares do chão do quarto, bem como em um par de chinelos e um par de sandálias. Ao verificar as fotografias que retratam as lesões ocasionadas na vítima que foram enviadas pelo IML, até se levantou a conjetura de que uma das lesões poderia ter sido ocasionada por um chinelo”, contou.

Caso

De acordo com o boletim de ocorrência, a criança chegou ao pronto-socorro no dia 14 de fevereiro, com rigidez cadavérica, diversas marcas roxas e dilaceração do ânus, aparentando violência sexual.

A médica responsável por receber a menina, que foi levada por uma ambulância do Corpo de Bombeiros, acionou a Polícia Militar após notar os sinais de violência e suspeitar da versão apresentada pela mãe.

Um laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou que a menina teve hemorragia interna aguda, trauma abdominal e laceração no fígado.

A prisão temporária do casal foi solicitada no dia 18 de fevereiro e prorrogada por mais 30 dias em 17 de março para aguardar o resultado do laudo definitivo da Polícia Científica de São PauloO resultado apontou que a criança não sofreu violência sexual.

G1