Sertanejo pede indenização de R$ 30 mil por danos morais, além de retratação pública e remoção dos vídeos em que a protetora de animais faz acusações
O cantor Zé Neto, da dupla com Cristiano, entrou com ação contra a protetora de animais Luisa Mell, que o acusou de maus-tratos contra animais durante uma romaria de Camanducaia (MG) até Aparecida (SP), trajeto que o sertanejo percorreu montado em um burro. A ação, protocolada na última quinta-feira, 21, está nas mãos do juiz Gustavo Henrique Bretas Marzagão, da 35ª Vara Cível em São Paulo.
Zé Neto já havia sinalizado que processaria a ativista pelas críticas. “Isso aí Deus toma conta e meus advogados também”, disse, em seu Instagram, ao completar a romaria. A defesa do músico acusa Luisa Mell de danos morais e pede indenização no valor de R$ 30 mil “em razão da angústia e demais transtornos desencadeados e suportados” pelo cantor.
A ação também pede que a Justiça obrigue o Facebook a tirar do ar vídeos em que a protetora de animais aparece acusando o cantor de maus-tratos. Pede ainda ela se abstenha de mencionar Zé Neto em novas publicações, seja em vídeo, imagem ou material de “qualquer gênero”, sob pena de multa de até R$ 40 mil. Os advogados do sertanejo também pedem uma retratação pública, com ampla divulgação nas redes sociais da ativista.
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Os advogados de Zé Neto acusam Luisa Mell de “sensacionalismo” e de utilizar “maliciosamente” vídeos e fotos de cavalos vítimas de maus-tratos, associando as imagens ao cantor. “O vídeo (…), sem nenhuma dúvida, é sensacionalista e tece inverdades a respeito do autor (Zé Netor), associando seu nome e imagem a condutas criminosas e que causam repulsa social, prejudicando-lhe sobremaneira a imagem, reputação e honra”, diz trecho da ação.
A defesa de Zé Neto nega maus-tratos aos animais usados na romaria e diz que a caravana percorreu aproximadamente 141 quilômetros em cinco dias. “Nesse ano, de maneira específica, a caravana andou em média de 25 a 35 quilômetros por dia, somente meio período, qual seja o matutino. Todos os dias foram realizadas paradas em pousadas diferentes para o descanso de todos, sendo que os animais foram tratados, em cada um dos dias, com feno e ração, hidratação, além do descanso, ressaltando-se, quanto a esse último ponto, que só andaram meio período do dia”, diz.
A inicial afirma ainda que a romaria foi acompanhada por dois médicos veterinários, que zelaram pela “preservação do bem-estar e da saúde dos animais” e que foram levados medicamentos, suplementos, vitaminas para os bichos.
“Ressalta-se que cada um dos integrantes andava somente em 1 (um) animal por dia, sendo eles revezados entre os próprios dias, prezando pelo bem-estar animal. Como se percebe, foram observadas todas as normas de segurança e de proteção animal, não havendo que se falar em maus-tratos, ou abuso dos muares”, completa o documento.
Juiz nega sigilo, mas manda remover vídeos
O juiz Gustavo Henrique Bretas Marzagão negou o pedido formulado pelos advogados de Zé Neto para colocar o processo em segredo de justiça. Isso porque o magistrado entendeu que os fatos em discussão “são de domínio público, uma vez que ocorreram em rede social de elevado alcance e já foram visualizados por quase 3 milhões de pessoas”.
Por outro lado, o juiz determinou, em decisão nesta segunda-feira, 25, que Luisa Mell remova um dos vídeos citados no processo no prazo de dois dias. “Em caso de descumprimento ou de oferecimento de resistência ao cumprimento da presente decisão judicial, o requerimento de fixação de multa será analisado”, completou o magistrado.
Outro lado
A reportagem tentou contato com a ativista Luisa Mell por meio de sua assessoria de imprensa, mas, até o momento, não obteve retorno. O conteúdo será atualizado quando houver uma resposta.
Gabriel Vital – diarioweb.com.br