qui, 17 de abril de 2025

Cadeiras que facilitam acesso de pessoas com deficiência à água chegam a prainhas da região

Aos 19 anos, João Paulo (foto) entrou, pela primeira vez, na prainha de Mendonça sem estar nos braços dos pais. A alegria do jovem só foi possível com a cadeira anfíbia

Foi com sorriso no rosto que João Paulo Ferreira da Silva Cunha comemorou, pela primeira vez, conseguir entrar na prainha de Mendonça sem estar no colo dos pais. A Alegria do jovem de 19 anos só foi possível com a cadeira anfíbia, que facilita o acesso de pessoas com deficiência à água e que estão chegando às prainhas de água doce da região de Rio Preto.

A expectativa é que sorrisos como o de João passem a ser mais frequentes nas prainhas, proporcionando acesso à água a um grupo de pessoas que diariamente precisa encarar inúmeros desafios devido à deficiência. “Ver a alegria do meu filho podendo entrar na água é muito prazeroso. Essa cadeira facilita muito à nossa vida. Sem contar que agora podemos trazê-lo com frequência para nadar”, diz a mãe, Eva Paula Ferreira da Silva, 51 anos.

O projeto de implantação de cadeiras anfíbias nas prainhas da região de Rio Preto envolve prefeituras e governo estadual. Em Mendonça, as três cadeiras foram adquiridas através do Programa Cidade Acessível. “É um projeto de 2019, mas que ficou parado devido à pandemia. Agora, no começo de março, recebemos as cadeiras do governo estadual”, contou o prefeito Juliano Souza de Oliveira.

As cadeiras anfíbias possuem rodas especiais, o que permite a movimentação na areia e que elas flutuem no mar ou rio. No entanto, devem ser utilizadas com a presença de um acompanhante – espécie de guia. “Quem vier é só procurar o responsável pela prainha e solicitar a cadeira. Além disso, temos placas indicativas que ajudam o turista e estamos treinando o pessoal para o uso correto delas”, disse Juliano.

Para Eva, a cadeira não é uma conquista apenas para as pessoas com deficiência, mas um direito de quem diariamente necessita encarar inúmeros desafios, como calçadas esburacadas e falta de rampas. “Nesses 19 anos, encaramos inúmeras dificuldades. A gente já deixou de sair por falta de acessibilidade. Agora, consigo trazer ele mais vezes”, destacou.

Além de Mendonça, as prainhas de Adolfo e Ilha Solteira também contam com as cadeiras anfíbias. A praia Catarina, da Estância Turística de Ilha Solteira, tornou-se a primeira praia acessível de água doce do Brasil, ao receber dez cadeiras anfíbias para uso de pessoas com deficiência, em 2012.

“Nossa cadeira recebemos em 2019. Com a pandemia, o programa foi paralisado, mas estamos voltando. Tendo demanda, o pessoal utiliza a cadeira que fica disponível com o zelador da prainha”, afirmou o vice-prefeito e coordenador de turismo de Adolfo, Nelson Gimenez Ribeiro.

Pereira Barreto e Sales informaram que estão aguardando a chegada de cadeiras anfíbias fornecidas pelo governo estadual para também utilizar em suas prainhas. Já Santa Fé do Sul informou que já teve cadeiras anfíbias, no passado, mas que ainda não tem previsão da volta dos equipamentos à orla do rio Paraná.

Parques aquáticos de Olímpia também estão se adaptando para acolher melhor pessoas com deficiência. As medidas vão da adaptação de brinquedos até o treinamento de funcionários para auxiliar os visitantes em caso de necessidade.

“Nós tomamos uma série de cuidados em relação à acessibilidade do parque e fizemos toda a sua reestruturação para que ele seja acessível para todos. O Thermas possui calçadas guia, rampa e piso contrastado para pessoas parcialmente deficientes visuais e conta com banheiros totalmente adaptados, com portas largas, pias acessíveis e barras nas paredes”, disse Jorge Noronha, vice-presidente do Thermas dos Laranjais.

Já o parque aquático Hot Beach Olímpia está em processo de adaptação de suas atrações e dependências para tornar-se totalmente acessível. Um exemplo são as novas piscinas que fazem parte do projeto de ampliação do parque aquático, que permitirão aumentar a capacidade de público de 8 para 12 mil pessoas. Segundo o parque, elas serão inauguradas com rampas para cadeira anfíbia.

“Para isso, o Hot Beach está em processo de aquisição de duas cadeiras anfíbias, que serão disponibilizadas gratuitamente em pontos estratégicos do parque aquático. No ano passado, começou um projeto para avançar no atendimento aos autistas”, disse em nota o Hot Beach.

Outra medida adotada pelos parques é conceder 50% de desconto no ingresso para pessoas com deficiência. No Hot Beach foi criado uma bilheteria exclusiva para autistas e portadores de todas as deficiência. “Nós adotamos uma política de inclusão rígida e nossos funcionários estão em constante treinamento para atender os visitantes.

Recentemente, fizemos uma capacitação para atender turistas com transtorno do espectro autista”, destacou Jorge, do Thermas dos Laranjais. (RC)

Rone Carvalho – diarioweb.com.br

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