Caça Gripen pousa em Gavião Peixoto após realizar primeiro voo em espaço aéreo brasileiro

É o 1º F-39E das 36 unidades compradas da empresa sueca Saab. Atividades no Brasil incluem testes de controle de voo e de climatização e testes em condições climáticas tropicais.

O novo caça Gripen da Força Área Brasileira (FAB) – chamado de F-39E Gripen – concluiu o primeiro voo no espaço aéreo brasileiro. A aeronave, que saiu do aeroporto ministro Victor Konder, em Navegantes/SC, pousou na planta da Embraer em Gavião Peixoto/SP, às 15h07, de acordo com informações da Força Aérea Brasileira.

Durante o voo de, aproximadamente, uma hora, o caça foi acompanhado por duas aeronaves F-5M pertencentes ao Primeiro Esquadrão do Décimo Quarto Grupo de Aviação – Esquadrão Pampa. Dois helicópteros da FAB foram mantidos de sobreaviso de Busca e Salvamento em Pirassununga e Florianópolis para qualquer eventualidade.

O Gripen é o primeiro F-39E das 36 unidades que tiveram a compra anunciada em 2013 da empresa sueca Saab.

A partir de agora o programa de ensaios irá incluir o Centro de Ensaios em Voo do Gripen, na Embraer, em Gavião Peixoto, que será totalmente integrado ao programa de ensaios que já está em andamento na Saab, em Linköping, na Suécia, desde 2017.

As atividades no Brasil incluem testes nos sistemas de controle de voo e de climatização e testes na aeronave em condições climáticas tropicais. Além dos ensaios que são comuns às aeronaves do Programa Gripen E, serão testados no Brasil características únicas das aeronaves brasileiras, como integração de armamentos e o sistema de comunicação Link BR2 – que fornece dados criptografados e comunicação de voz entre as aeronaves.

O Presidente e CEO da Embraer Defesa & Segurança, Jackson Schneider, parceira no projeto para a construção de algumas das aeronaves destacou a importância da cooperação.

“A Embraer desempenhará um papel de liderança na execução do programa Gripen no Brasil e será responsável pelo trabalho de desenvolvimento de sistemas, integração, testes de voo, montagem final e entrega das aeronaves. Como parte da transferência de tecnologia o Programa Gripen será uma grande oportunidade para aumentar nosso conhecimento no desenvolvimento e manufatura de uma aeronave avançada de combate”, afirmou.

Para o Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Antonio Carlos Moretti Bermudez, a chegada da primeira unidade da aeronave F-39E Gripen é um grande marco para o projeto.

“É uma imensa satisfação para a Força Aérea Brasileira ver esta aeronave voando em território nacional. O F-39E/F Gripen, novo multimissão da FAB, será a espinha dorsal da Aviação de Caça e veio para reafirmar o nosso compromisso em manter a soberania do País, defendendo os 22 milhões de quilômetros quadrados sob sua responsabilidade”, ressalta o Tenente-Brigadeiro Bermudez, que assinou a autorização para o primeiro voo do F-39E Gripen em espaço aéreo brasileiro.

A apresentação oficial do Gripen está prevista para ocorrer durante a cerimônia do Dia do Aviador e da Força Aérea Brasileira, comemorados em 23 de outubro e os primeiros caças serão entregues à Força Aérea Brasileira a partir do final de 2021.

Chegada ao Brasil

O caça chegou ao Brasil de navio no domingo (20) pelo porto de Navegantes e foi rebocado pelas ruas da cidade na madrugada de terça-feira (22) para poder ser levado até o aeroporto, de onde decolou para Gavião Peixoto.

A aeronave não veio voando porque está em fase de testes e ainda precisava de inclusão de mais equipamentos, segundo a fabricante.

Desde terça-feira , o caça foi sendo preparado para o voo, passando por verificações técnicas que incluíram testes de acionamento do motor e taxiamento em solo.

“Realizamos alguns testes para ter certeza de que o avião está pronto para voo. Depois de chegar a Gavião Peixoto, vamos programar os testes que serão feitos no Brasil e continuar voando”, disse o piloto-chefe da Saab, Marcus Wandt.

Transferência de tecnologia

Os aviões do projeto Gripen foram comprados no governo da ex-presidente Dilma Rousseff. O contrato com a empresa sueca, assinado em 2014, prevê 36 aeronaves por US$ 4,5 bilhões. Em agosto do ano passado foi realizado o voo inaugural na Suécia.

A transferência de tecnologia foi um dos principais motivos para o governo optar pelo Gripen e não pelo Boeing (dos EUA) ou pelo Rafale (da francesa Dassault).

Seis empresas brasileiras foram escolhidas para trabalhar na montagem da nova geração do Gripen e receber conhecimentos tecnológicos da montadora.

Os projetos incluem treinamento teórico, pesquisa, desenvolvimento de sistemas de aviões e treinamentos práticos na fábrica da Saab, na Suécia.

Desde o início do contrato, tem havido intercâmbio de funcionários brasileiros na Suécia. Até agora, cerca de 200 engenheiros, montadores e pilotos já estiveram em Linkoping, e os treinamentos variam de 3 meses a dois anos, dependendo da função.

O programa também prevê que os últimos 15 aviões serão produzidos e montados em solo brasileiro.

FONTE: Informações | g1.globo.com

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