Em coletiva de imprensa, a equipe médica que está tratando de Jair Bolsonaro (PL) disse nesta segunda-feira (14/04) que o ex-presidente segue na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) sem previsão de alta.
“Todas as medidas preventivas estão sendo tomadas, ele está na UTI nesse momento. Vai ser um pós-operatório complicado e prolongado. Não há previsão (de alta)”, dizsse o médico Leandro Echenique.”A situação do presidente era de um abdômen hostil, várias cirurgias prévias e uma parede abdominal bastante prejudicada. Isso nos antecipava que seria um procedimento complexo e trabalhoso’, disse Cláudio Birolini, médico que chefia a equipe cirúrgica.
Mais cedo nesta segunda, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro havia escrito nas redes sociais que Bolsonaro havia ido para o quarto.
“Meu amor já está no quarto”, escreveu ela, no Instagram. Mas, segundo a equipe médica, a recuperação do ex-presidente vai ser “lenta”.
“Não tenham expectativa de uma recuperação rápida”, completou Birolini.
O procedimento cirúrgico do domingo, no hospital DF Star em Brasília, começou pouco depois das 10h de domingo e durou cerca de 11 horas.
O hospital DF Star divulgou uma nota na qual classificou a operação como um “procedimento de grande porte”, que ocorreu sem intercorrências ou necessidade de transfusão de sangue.
“A obstrução intestinal era resultante de uma dobra do intestino delgado que dificultava o trânsito intestinal e que foi desfeita”, afirma a nota.
Bolsonaro precisou ser internado às pressas na sexta-feira (11/4) após passar mal e sentir fortes dores na região do abdômen.
Ele participava de um evento na cidade de Santa Cruz, no Rio Grande do Norte, e foi atendido primeiro em um hospital local. Na sequência, ele foi transferido de helicóptero para o Hospital Rio Grande, na capital do Estado.
No sábado (12), ele foi transferido novamente, desta vez para o Hospital DF Star, em Brasília. No local, ele foi reavaliado e submetido a novos exames laboratoriais e de imagem “que evidenciaram persistência do quadro de subobstrução intestinal”, segundo sua equipe médica.
“As equipes que o assistem [Bolsonaro] optaram de comum acordo pelo tratamento cirúrgico. Ele está sendo submetido neste momento ao procedimento cirúrgico de laparotomia exploradora, para liberação de aderências intestinais e reconstrução da parede abdominal”, dizia o boletim médico divulgado na manhã deste domingo.
O ex-presidente já havia adiantado que o procedimento cirúrgico era uma possibilidade. “Em Brasília ou em São Paulo, após minha transferência, provavelmente passarei por uma nova cirurgia”, afirmou em uma postagem no X no sábado.
“Passamos a vida prontos pra qualquer batalha: política, jurídica, eleitoral, física até… Mas às vezes o que nos derruba não é o inimigo de fora, é o nosso próprio corpo”, escreveu.
Bolsonaro disse ter ouvido do médico Claurio Birolini, que o acompanha, que “este foi o quadro mais grave desde o atentado que quase me tirou a vida em 2018”.
“Estou estável, em recuperação, e mais uma vez cercado por profissionais competentes, a quem só posso agradecer”, afirmou.
Disse ainda que “em breve estarei de volta para lutar pela anistia dos presos políticos e por um país mais livre e mais próspero, como o povo brasileiro merece”.
Ainda no Rio Grande do Norte, Bolsonaro foi diagnosticado com um quadro de obstrução intestinal.
Segundo relatos de pessoas próximas a Bolsonaro, ele já reclamava de incômodos intestinais nos últimos dias.
O médico do ex-presidente, Antônio Luiz Macedo, disse à CNN que Bolsonaro apresentou, além das dores, dificuldades para comer e na digestão, por conta de uma distensão intestinal. O quadro se caracteriza por um inchaço no abdômen, que pode ser derivado de uma inflamação.