qua, 15 de janeiro de 2025

Boletim do Vaticano traz renúncia de Dom Tomé e nomeação de Dom Moacir

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Conheça a trajetória do arcebispo nomeado como administrador apostólico da Diocese de Rio Preto

 

O boletim oficial do Vaticano desta quarta-feira, 18, traz a renúncia do bispo Dom Tomé Ferreira da Silva e a nomeação do arcebispo de Ribeirão Preto, Dom Moacir Silva como administrador apostólico da Diocese de Rio Preto. Tomé renúnciou ao comando da Diocese após o vazamento de um vídeo íntimo.

“A Nunciatura Apostólica informa que o Santo Padre aceitou hoje o pedido de renúncia ao governo pastoral da Diocese de São José do Rio Preto, apresentada por S. Excia. D. Tomé Ferreira da Silva, nomeando, ao mesmo tempo, como Administrador Apostólico, o Exmo. Sr. D. Moacir Silva, arcebispo de Ribeirão Preto”, diz o comunicado assinado pelo bispo auxiliar de S. Sebastião do Rio de Janeiro, Dom Joel Portella Amado, e publicado no site da onferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

O mesmo comunicado está publicado, em italino, no boletim do Vaticano, que pode ser acessado clicando aqui.

Quem é Dom Moacir

Nascido em 16 de julho de 1954, em São José dos Campos, o mais velho de cinco irmãos, Dom Moacir Silva assumiu, aos 9 anos, os trabalhos vicentinos e passou sua adolescência servindo como confrade.

“Foi secretário, tesoureiro e segundo vice-presidente do Conselho Particular ‘Eugênio de Melo’. Aos dezoito anos fundou a Conferência Nossa Senhora Aparecida, uma conferência de jovens sendo seu primeiro presidente. Dentro do Conselho Particular ‘Eugênio de Melo’ atuou na época como representante do Movimento Jovem, hoje ‘Coordenador da Comissão de Jovens’. As duas Conferências das quais participou existem até hoje”, consta em sua biografia publicada no site da Arquidiocese de Ribeirão Preto.

De 1986 até 2004, período que exerceu o ministério sacerdotal, antes de ser nomeado bispo, desempenhou as seguintes atividades na diocese de São José dos Campos: Vigário paroquial da Paróquia Catedral de São Dimas (1987-1988), em São José dos Campos.

Foi pároco da Paróquia Coração de Jesus (1989-1992), em São José dos Campos; pároco da Paróquia da Catedral de São Dimas, de 1993 até dezembro de 2004; vigário Geral da Diocese de São José dos Campos de 27 de dezembro de 1992 a 1° de outubro de 2003.

Foi também Administrador Diocesano da Diocese de São José dos Campos de 1° de Dezembro de 2003 até dezembro de 2004. Juiz do Tribunal Interdiocesano de Aparecida de 1995 até novembro de 2004.

Dom Moacir foi ainda membro da Equipe de Formação dos Seminaristas da Teologia de 1987 até dezembro de 2004 e vice-reitor da Residência Teológica Padre Rodolfo de 1999 até dezembro de 2004.

O caso

vídeo intimo do bispo Dom Tomé vazou e foi compartilhado em redes sociais na útlima sexta-feira, 13. O Diário teve acesso às imagens que mostram o religioso seminu, em uma videochamada com outro homem. Procurado pela reportagem, o bispo admitiu que as imagens são dele, mas não quis comentar o conteúdo da gravação.

Com duração de 1 minuto e 20 segundos de duração, o vídeo começa com reprodução de uma foto de dom Tomé com a mitra, com a legenda de que é o bispo de Rio Preto. Seis segundos depois, aparece uma legenda com as palavras “Cenas Fortes”. Logo em seguida, aparece uma filmagem da gravação de uma videochamada feita por telefone celular, com ângulo de baixo para cima, em que é possível ver o bispo nu durante a videoconferência.

Tomé se negou a comentar o conteúdo do vídeo com a justificativa de que precisa consultar sua assessoria jurídica antes de se pronunciar. Por fim, ele fez menção de procurar a Polícia Civil para investigar o caso.

Dom Tomé assumiu a Diocese de Rio Preto em 16 de novembro de 2012, substituindo o bispo dom Paulo Mendes Peixoto e tornando-se o quinto bispo da cidade. A Diocese abrange 26 municípios da região, com 70 paróquias.

Reação

Após a repercussão do vídeo, um grupo de católicos de Rio Preto se organizou para pedir, em abaixo-assinado, que a Santa Sé nomeie outro religioso para o comando da Diocese. A previsão era de que o documento fosse entregue à presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e à Nunciatura Apostólica, embaixada do Vaticano no país.

Gabriel Vital e Marco Antonio dos Santos – diarioweb.com.br