Bebê com anomalia rara no crânio passa por cirurgia em Rio Preto

Bebê com anomalia rara no crânio passa por cirurgia em Rio Preto

Um bebê de 9 meses diagnosticado com cranioestenose, condição rara que prejudica a formação do crânio, passou por cirurgia de correção, no Hospital da Criança e Maternidade (HCM) de São José do Rio Preto (SP). A operação foi realizada no último dia 28, e o bebê teve alta três dias depois.

A incidência de cranioestenose é considerada rara, acometendo 1 indivíduo a cada 2.500 nascidos vivos, de acordo com o HCM de Rio Preto. Apenas 8% dos casos apresentam sintomas.

O neurocirurgião Linoel Curado Valsechi, que conduziu o procedimento, explica que a cranioestenose é caracterizada pelo fechamento prematuro de suturas cranianas, que são as junções entre os ossos do crânio.

Comparativamente, é como as placas tectônicas da superfície terrestre. No crânio, o ponto de contato entre duas placas ósseas é chamado de sutura.

O bebê, chamado Benício, foi diagnosticado com a anomalia em Rio Preto, a partir de um encaminhamento de urgência solicitado pela pediatra de Aparecida D’Oeste (SP), município onde a família mora.

A mãe dele, Isabel Dias Camargo, explicou que a médica percebeu que o perímetro encefálico de Benício não era compatível com a idade por isso pediu os exames.

O HCM de Rio Preto confirmou o quadro de cranioestenose, do tipo escafocefalia, quando o crânio adquire a forma similar de um barco com a quilha virada para cima.

“A condição pode causar atrasos no desenvolvimento motor e cognitivo, além de problemas na visão e no comportamento da criança”, explica o neurocirurgião.

De acordo com Valsechi, a cirurgia é o único tratamento eficaz nesta situação. No procedimento, é retirada parte do osso do crânio (osteotomia) para que o cérebro tenha desenvolvimento normal.

Após a intervenção cirúrgica, o bebê recebeu alta e foi para casa. Deve passar por 15 dias de repouso e acompanhamento das feridas operatórias. Depois desse período, pode retomar as atividades normais, de acordo com o hospital.

Mais aliviada, a mãe de Benício conta que agora a sensação é de felicidade.

“Estava nervosa, com medo da cirurgia. Mas no final dá tudo certo”, diz Isabel.

O HCM é dos únicos hospitais do Noroeste Paulista a realizar a cirurgia. São utilizados exames de tomografia com reconstrução em 3D para a equipe confirmar o diagnóstico e fazer o planejamento cirúrgico.

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