A Avenida Paulista, em São Paulo, foi palco neste domingo (6) de uma manifestação em defesa da anistia aos condenados pelos ataques de 8 de janeiro de 2023 em Brasília, considerado o maior atentado contra as instituições democráticas do país desde a redemocratização. Imagens aéreas registraram a extensão do ato.
Segundo metodologia de contagem realizada pela Universidade de São Paulo (USP) em parceria com o Cebrap e a ONG More in Common, que utiliza análise de imagens de drones com inteligência artificial, a manifestação reuniu aproximadamente 44,9 mil pessoas em seu momento de pico, registrado às 15h44.
Este número supera o de um protesto similar ocorrido no Rio de Janeiro há três semanas, também convocado por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, que contou com cerca de 18,3 mil participantes, de acordo com a mesma metodologia de aferição.
O evento em São Paulo teve início por volta das 14h e foi marcado por discursos críticos ao Supremo Tribunal Federal (STF) e pela defesa do projeto de lei que tramita na Câmara dos Deputados, propondo a anistia aos envolvidos nos atos antidemocráticos.
Do alto de um trio elétrico, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro defendeu uma “anistia humanitária”. Empunhando um batom, ela fez referência ao caso de Débora Rodrigues Santos, presa por pichar a estátua “A Justiça”, no STF, com a frase “perdeu, mané” usando o cosmético.
Muitos manifestantes, trajando verde e amarelo, também portavam batons – alguns, inclusive, infláveis – em alusão a Débora, que se tornou um símbolo para grupos de direita que alegam sofrer perseguição política. O Partido Liberal (PL) já considera lançá-la como candidata a deputada no próximo pleito.
Débora Rodrigues Santos responde a processo no STF não apenas pela pichação, mas também por suposta adesão ao movimento considerado golpista que se seguiu às eleições de 2022, conforme acusação da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Grupos de várias cidades do Noroeste Paulista também participaram do evento, garantindo um espaço na história do Brasil pela luta contra a esquerda que atualmente domina o país.
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