Talibãs negaram autoria de ataque durante uma cerimônia em memória de um político da minoria hazara, cujos membros são majoritariamente xiitas, em um Afeganistão amplamente sunita.
Um ataque nesta sexta-feira (6) durante uma reunião política na zona oeste de Cabul matou pelo menos 27 e 29 feridos, no que seria o primeiro ataque na capital do Afeganistão desde a assinatura do acordo entre o governo dos Estados Unidos e os talibãs –não há evidência, no entanto, de que o grupo tenha sido o responsável.
Um porta-voz do ministério da Saúde disse à agência Reuters que esse número de mortos e feridos foi o de transportados até o momento. O número deverá aumentar, segundo ele.
“As forças especiais afegãs e a polícia estão no local”, afirmou o porta-voz do ministério do Interior, Nasrat Rahimi.
Talibã não assume
Os talibãs negaram qualquer responsabilidade no ataque contra a cerimônia em memória de Abdul Ali Mazari, um político da minoria hazara, cujos membros são majoritariamente xiitas, em um Afeganistão amplamente sunita.
No ano passado, um ataque reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI) durante a mesma cerimônia matou 11 pessoas.
Vários integrantes da elite política afegã estavam presentes, entre eles o primeiro-ministro Abdullah Abdullah, que afirma ter vencido a eleição presidencial de setembro, apesar do resultado oficial mostrar sua derrota.
O incidente acontece menos de uma semana depois da assinatura de um acordo em Doha entre Estados Unidos e os talibãs, que abre o caminho para a retirada completa das tropas estrangeiras do Afeganistão em 14 meses, em troca de garantias de segurança.
Uma trégua parcial instaurada a pedido de Washington em 22 de fevereiro foi suspensa na segunda-feira (2) pelos talibãs, que desde então intensificaram os ataques contra as forças de segurança afegãs, evidenciando a dificuldade de um diálogo entre os insurgentes e o governo, outra condição do acordo de Doha.
FONTE: Informações | g1.globo.com