Professor da Unesp afirma que este é o período de reprodução das piranhas e as mordidas são um aviso para manter os banhistas afastados dos ovos, em Pereira Barreto/SP. Funcionários da prefeitura vêm alertando turistas e pescadores sobre os riscos.
Após os ataques de piranhas na prainha de Pereira Barreto/SP nas últimas semanas, a prefeitura levou um professor e pesquisador da Unesp de Botucatu/SP para avaliar a situação e apontar possíveis soluções para acabar com o problema.
Segundo Vidal Haddad Junior, este é o período de reprodução das piranhas, que procuram águas mornas represadas, como é o caso da prainha de Pereira Barreto, e com aguapés, onde elas depositam os ovos.
“As piranhas sempre tiveram aqui. Elas são fauna do rio Tietê e Paraná. O que acontece é que o período de reprodução pode ficar um pouco antes, um pouco depois, e acaba coincidindo com o grande número de pessoas na água, que são os turistas. Quando o banhista se aproxima do local, as piranhas dão uma mordida, que, na verdade, é um aviso para o banhista se afastar dos ovos”, explica.
Ele ainda afirma que não se tratam de ataques, pois o ataque em si consiste em muitas mordidas e de vários animais ao mesmo tempo. Essas ocorrências costumam ser comuns e no ano passado aconteceram em Presidente Epitácio/SP.
“Cada pessoa tomou uma mordida. Então, não tem cardume. Por que a mordida? Porque ela está advertindo para proteger os ovos”.
Solução
Para tranquilizar os banhistas, o professor orientou a prefeitura a mover os aguapés para mais longe, onde os banhistas não costumam ir, e também colocar uma rede que impeça o contato das piranhas com as pessoas que estiverem no rio.
Segundo ele, não há um motivo específico para o aparecimento das piranhas no local, mas existem várias hipóteses, como o atraso ou antecipação do período de reprodução das piranhas, maior número de banhistas no local ou aumento dos aguapés.
A prefeitura está em busca de soluções. “Entramos em contato com a Marinha para ver se podemos fazer essa limpeza. Tendo essa autorização, a prefeitura fará limpeza e jogará a vegetação. Caso não resolva, entraremos com as telas de proteção”, afirma Igor Grespan, secretário de turismo.
Placas
Funcionários que trabalham na prainha estão desde o dia 27 percorrendo a orla para ressaltar aos banhistas que não pesquem e não joguem alimentos na areia.
As placas vem com o aviso: “Atenção banhista. Área sujeita a ataque de piranha. Cuidado”.
Segundo informações do Corpo de Bombeiros, somente no mês de dezembro cerca de 20 pessoas foram atacadas. No dia 30 de dezembro, um banhista chegou a perder parte do dedo depois que foi atacado.
De acordo com um levantamento feito pela TV TEM, o município de Pereira Barreto não registrava ocorrências com piranhas desde 1998.
FONTE: Informações | g1.globo.com