qui, 16 de janeiro de 2025

Assalto em Araçatuba: o que se sabe sobre as armas e o arsenal utilizados

homens-armados

Grupo de cerca de 20 criminosos fortemente armados atacou agências bancárias da cidade. Três pessoas morreram e cinco ficaram feridas.

Criminosos fortemente armados assaltaram na madrugada da última segunda-feira (30) duas agências bancárias de Araçatuba (SP). Reféns foram usados como escudo humano para ajudar na fuga e impedir a resposta da Polícia Militar.

A ação durou cerca de duas horas e deixou moradores aterrorizados. Um comerciante, um personal trainer e um integrante da quadrilha morreram durante o mega-assalto.

Veja abaixo o que se sabe e o que ainda falta saber sobre a ação criminosa em Araçatuba:

1. Que tipo de armamento os criminosos usaram?

Pelas imagens, sons de rajadas, marcas encontradas nas paredes, além dos projéteis e carregadores apreendidos, a polícia acredita que os criminosos usaram, pelo menos, duas .50, arma capaz de derrubar aeronaves e ser restrita das Forças Armadas.

De acordo com a polícia, entre os carros usados pelos criminosos está um veículo com vidro do passageiro adaptado para tiros serem disparados por armas de calibre .50.

A quadrilha utilizou fuzis .556 e .762. Ambos são de alto impacto e podem furar blindagem, dependendo do material utilizado. Pistolas também foram usadas pelos ladrões.

2. Houve explosivos espalhados pela cidade?

O Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) encontrou 98 explosivos espalhados pela quadrilha. Só nas ruas centrais de Araçatuba foram localizados 32 explosivos.

No caminhão abandonado pelos criminosos havia 29 artefatos e 70 cartuchos de emulsão, material explosivo usado para a produção de bombas.

Por causa do uso de grande quantidade de explosivos, a Polícia Federal pode investigar o caso como crime de terrorismo.

3. Onde os explosivos foram encontrados?

Artefatos foram encontrados nas ruas, nos bancos, em carros abandonados e em um caminhão deixado perto das agências bancárias. Confira abaixo:

  • 32 artefatos nas ruas
  • 29 artefatos no caminhão abandonado
  • 18 artefatos deixados no Banco do Brasil
  • 19 artefatos achados em carros abandonados em Bilac
  • 70 cartuchos de emulsão no caminhão

4. Que tipo de explosivo era?

G1 tenta descobrir qual tipo de explosivo foi usado pela quadrilha. A polícia ainda não divulgou a tecnologia usada. Porém, as principais suspeitas são de que as bombas fossem acionadas por celulares (ligação ou mensagem) ou sensores de movimento.

Um morador de Araçatuba precisou amputar os dois pés depois que foi atingido por uma explosão. Kleber Alberes Soares Teixeira diz que o irmão não mexeu no artefato, mas foi ferido ao passar de bicicleta.

“Ele falou que passou normalmente na via pública, viu um clarão e logo estava no chão, querendo levantar. Ele olhou para as pernas e mãos, entrou em desespero e disse para ligarem para minha irmã, disse para não o deixarem morrer”, conta Kleber Alberes Soares Teixeira, irmão da vítima.

5. Os explosivos foram detonados?

6. Quem são os mortos?

Márcio Victor e Renato Bortolucci morreram em ataque de quadrilha a agências bancárias de Araçatuba (SP) — Foto: Arquivo pessoal

Márcio Victor e Renato Bortolucci morreram em ataque de quadrilha a agências bancárias de Araçatuba (SP) — Foto: Arquivo pessoal

Dois moradores de Araçatuba e um criminoso morreram durante o mega-assalto. O comerciante Renato Bortolucci, de 38 anos, foi sepultado às 17h, no Cemitério Recanto de Paz. A polícia diz que a vítima gravava um vídeo da ação quando foi morta por um tiro de fuzil.

Já o personal trainer Márcio Victor, de 34 anos, foi enterrado às 16h30, no Cemitério da Saudade. O pai da vítima acredita que o filho tenha morrido enquanto era usado com escudo humano.

7. Quantos foram presos?

Cinco pessoas foram presas suspeitas de participar do crime. Um casal que foi preso na cidade suspeito de ser olheiro do bando foi transferido.

O homem foi levado do presídio de Penápolis para o Centro de Detenção Provisória (DCP) de Rio Preto. A mulher foi encaminhada à penitenciária de Tupi Paulista.

Outro suspeito, de 27 anos, preso em Campinas, havia sido levado para a sede da PF em Araçatuba para prestar depoimento. O homem que confirmou que participou da organização do crime também foi levado de Penápolis para o CDP de Rio Preto.

Outros dois suspeitos estão em internados com ferimentos, sob escolta policial, na Santa Casa de Piracicaba. Segundo a polícia, um confessou a participação no crime. O outro estava inconsciente. Três suspeitos tiveram a prisão em flagrante convertida para preventiva.