Após morte de casal votuporanguense, família tenta trazer crianças que estão nos EUA

Os corpos de Aline e Luiz foram cremados. As cinzas da mulher serão depositadas no jazigo da família em Votuporanga. As de Luiz, em Nhandeara.

Vinte e cinco dias após a morte do casal votuporanguense Aline de Lima Ferreira Castro e Luiz de Castro Júnior, nos Estados Unidos, familiares brasileiros ainda estão em solo norte-americano aguardando autorização para trazer os dois filhos do casal, de 7 e 11 anos, para o Brasil.

Foi marcada para esta quinta-feira, 29, uma audiência com o juiz da corte de Massachusetts para definir a guarda provisória das crianças, que deve ser passada para um primo de Luiz, que mora nos Estados Unidos e possui “green card”, o visto permanente de imigração concedido pelas autoridades do país.

Segundo Renato Castro, irmão de Luiz, a família foi orientada de que a justiça local é mais flexível ao transferir a guarda para um cidadão residente.

“Após o juiz conceder a guarda para o meu primo, o consulado brasileiro vai agilizar o processo para que ela seja transferida para nós. De brasileiro para brasileiro é mais fácil. Eu só saio daqui com as crianças”, disse.

No Brasil, as famílias de Aline e Luiz já combinaram que a guarda dos meninos será compartilhada.

“O nosso amor é o mesmo, estamos todos dilacerados. Ninguém é conivente com o que aconteceu. Como irmão do Luiz, digo que crescemos em um lar estruturado e nunca tivemos orientação de violência. Queremos ter o direito de conviver com os meninos, assim como a família da Aline”, disse.

Além de Renato e a esposa, a mãe de Aline e avó materna das crianças também viajou para os Estados Unidos para acompanhar os trâmites sobre a guarda dos netos e a investigação criminal sobre as mortes.

Os irmãos foram acolhidos na residência de uma amiga do casal, que tem filhos da mesma idade. Renato diz que a convivência com outras crianças está ajudando a amenizar o sofrimento dos órfãos. “Eles continuam frequentando a escola e são acompanhados por psicólogo e assistente social. Na medida do possível, retomaram a rotina. A avó também passa o dia com eles e volta a noite para a casa onde foi acolhida, em uma vila vizinha”, explicou.

Investigações realizadas pelo Departamento de Polícia local apontam que Aline, de 38 anos, foi morta à facadas por Luiz, de 44, que tirou a própria vida em seguida. A família morava há oito anos na cidade de Hyannis, estado de Massachusetts.

O familiar desmentiu que o filho mais velho tenha testemunhado a morte da mãe. “A porta estava fechada quando houve a discussão. Mas ele viu a mãe ferida depois e acionou a polícia”.

Os corpos de Aline e Luiz foram cremados. As cinzas da mulher serão depositadas no jazigo da família em Votuporanga. As de Luiz, em Nhandeara. Todas as despesas com traslado e passagens aéreas já foram pagas por meio do dinheiro arrecadado em duas campanhas virtuais. O valor que sobrou será depositado em poupança para as crianças.

Em nota, o Itamaraty informou que, por intermédio do Consulado-Geral do Brasil em Boston, “continua acompanhando o caso e prestando a assistência consular necessária, em conformidade com os tratados internacionais vigentes e com a legislação local”.

Relembre o caso

Aline de Lima Ferreira Castro e Luiz de Castro Júnior, que são naturais da região de Votuporanga, moravam há oito anos nos Estados Unidos

Juntos, tiveram dois filhos, que têm 7 e 11 anos

No dia 2 de setembro, a polícia constatou que Aline tinha sido morta a facadas pelo marido, que se matou na sequência

Os filhos estavam na residência e foram acolhidos por uma amiga da família

Um tio e a avó materna das crianças foram para os Estados Unidos para trazê-los ao Brasil

Nesta quinta, está marcada audiência sobre a guarda provisória

Joseane Teixeira – diarioweb.com.br

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