Advogado obtêm resposta de oficio à Universidade Brasil
A Universidade Brasil encaminhou esta semana, resposta ao oficio formulado pelo advogado Álvaro Henrique Dias Moreira Junior questionando vários fatos, principalmente sobre a situação do internato do curso de Medicina. . Ele representa os Discentes dos 9º e 10º Semestres do curso
De acordo com o profissional, foi verificado que o curso segue em desacordo com seu próprio Plano Pedagógico, bem como Regimento Interno da Universidade, nos quais constam informações a respeito da existência de convênios com instituições de saúde e hospitais, o que não condiz com a realidade dos fatos.
Em virtude dos questionamentos, a Universidade encaminhou o Projeto Pedagógico do curso de Medicina.
NOTA INTERNATO
No último dia 28, o Advogado Álvaro Dias, em representação aos alunos do curso de medicina de Fernandópolis, realizou diligências e reuniões necessárias a investigar e apresentar justificativas a alunos e população a respeito do internato do curso no Município.
De início, em reunião com a gestão da Santa Casa, foi demonstrado total interesse da Instituição em restabelecer o contrato encerrado em 2021, bem como em fornecer estágio de qualidade aos discentes do curso, ressaltado que possuem estrutura suficientemente adequada a isso.
A Santa Casa ainda reforça os benefícios para a aprendizagem dos alunos e para o atendimento no hospital, bem como ao Município, ressaltando que sempre se mantiveram disponíveis e diligentes em relação à Universidade, mas, não obtiveram o retorno esperado.
A Prefeitura, por sua vez, nas palavras do Sr. Prefeito, possui extremo interesse em manter, ao máximo, estudantes no Município, haja vista a movimentação do comércio local que evidentemente decorre do curso de medicina.
A Secretaria de Saúde reiterou as alegações do Prefeito e, por meio do Sr. Secretário, informou que foram realizadas reuniões entre Prefeitura, Câmara Municipal, Empresários e Universidade, de modo a entender o cenário geral e a necessidade de mudança dos estudantes para outras localidades.
Nessa oportunidade, informa que a Universidade relatou a necessidade de mais campos de estágio aos discentes, com maiores e melhores estruturas que possam atender a todas as demandas curriculares do curso, principalmente nos dois últimos anos.
Diante disso, fielmente crente nas palavras da Universidade, a Secretaria de Saúde reforçou que é necessária a mudança de Município aos discentes no final do curso, que não haverá prejuízos à cidade em razão da situação, e não demonstrou grande interesse, preocupação ou resistência a isso.
O Secretário de Saúde reforçou que “é necessário que os alunos saiam do conforto”, que “deixem o comodismo”, que, por vezes, resistem em sair da cidade por conta de festas e baladas do Município, e não pela aprendizagem.
Por fim, a Secretaria de Saúde manteve-se inerte às solicitações dos alunos, alegou que já fez o que foi preciso, acolheu as justificavas da IES e não pareceu compreender a fundo o que se passa entre alunos e Instituição, nem mesmo preocupação com o decrescente número de estudante no Município, desde que encerrado o contrato de internato com Santa Casa e, agora, principalmente, com a ausência de novas vagas para UBSs, UPA e demais campos de estágio municipais, com destaque à Unidade Universitária do Pôr do Sol, criada e mantida integralmente para esse fim.
Diante desse cenário, a Universidade Brasil, por meio de sua Pró-Reitoria, Direção e Departamento Jurídico, também se reuniu com Advogado e alunos representantes do curso.
Em reunião, o Pró-Reitor, Eduardo Batman, relatou que o Internato do Curso de Medicina tem obtido sua atenção direta, de modo que tem realizado reuniões e tratativas com inúmeros Municípios relativamente mais próximos do campus, de modo a firmar contratos com localidades que possam fornecer toda a estrutura necessário de estágio para os dois últimos anos do curso.
A Universidade deixou expressamente claro que não fará negociações com a atual gestão da Santa Casa e que não haverá novas vagas nas UBSs, UPA e etc do Município por questões internas.
Questionado sobre a justificativa ou fundamento disso, o Pró-Reitor relatou que “a Universidade não é obrigada a dar satisfação aos alunos” e que, caso não estejam contentes, “basta solicitar os documentos de transferência”.
A Universidade relatou ainda que mantém contato com representantes discentes sobre todas as questões pertinentes ao curso, principalmente internato.
Justificou ainda que o internato está sob a gestão direta da Reitoria e Pró-Reitoria, buscando campos de estágios que ofereçam situações reais de aprendizagem e exijam raciocínio rápido do aluno, com preferência para lugares de risco, mesmo em áreas perigosas e violentas, dominadas pela criminalidade, pois, nesses locais, os futuros médicos atenderão todos os tipos de paciente nas mais variadas e graves situações de saúde e, assim, aprenderão a lidar com a realidade da medicina.
Questionados sobre a segurança e integridade dos alunos, alegaram que a prioridade é o aprendizado acadêmico.
A Pró-Reitoria relatou ainda que está reestruturando todo o curso de medicina e o internato, do contrário, o curso não será reconhecido pelo MEC e corre o risco de encerrar suas atividades. Inclusive, por isso as últimas demissões de professores.
Em relação a isso, cabe informar que o curso de medicina pertence ao Município e não à Universidade. Além disso, a Universidade não tem autorização para fornecer medicina em outro campus, portanto, para que a realidade do curso seja condizente com sua documentação e, assim, mantido reconhecimento e autorização pelo MEC, a medida mais correta a ser tomada, atualmente, seria o fornecimento de internato hospitalar e extra-hospitalar em Fernandópolis, o contrário do que tem feito.
No mais, a Universidade sustenta que os alunos precisam se preparar para sair do comodismo. Inclusive, neste ponto, cabe ressaltar a extrema semelhança entre alegações de UB e Prefeitura, com as mesmas palavras e justificativas aos questionamentos apresentados.
Por fim, o Pro-Reitor relatou que tem buscado campos de estágios mais próximos da região, que está em frequentes negociações, mas que não serão informadas até que concretizados os contratos.
Alegou que a Universidade tem ciência dos problemas administrativos e internos e que tem trabalhado pra melhora da situação geral, ressaltando que o único problema não enfrentado pela medicina, hoje, é o financeiro, e que, inclusive, estarão investindo em novas tecnologias e laboratórios pro curso.
Em resumo, as alegações da Universidade são: não manter mais internato em Fernandópolis, nem mesmo para 9 e 10 semestres, exceto os alunos que já estão na cidade. Além disso, a postura é de buscar outras localidade em que os alunos possam, nas suas palavras, realmente aprender, e que possuam professores capacitados para ensiná-los. A prioridade da universidade é o aprendizado, o reconhecimento do curso pelo MEC e a obtenção de nota máxima nas avaliações, ainda que não seja condizente com o que se encontra na realidade de fato e na documentação que fundamenta o curso de medicina.