qua, 15 de janeiro de 2025

Acusado de matar jovem a tiros vai a júri popular

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Defesa do rapaz alega inocência; outro envolvido no crime era um adolescente

A Justiça vai levar a júri popular o ajudante geral Kesley Eduardo dos Santos, de 25 anos, acusado de matar Rafaela Fernanda Bugati, então com 17 anos, em março de 2018.

O rapaz, que está preso preventivamente desde maio de 2019 no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Rio Preto, foi denunciado por homicídio duplamente qualificado – por motivo torpe e recurso que impediu a defesa da vítima.

As investigações, realizadas pelo delegado Wander Solgon, da Delegacia de Homicídios, apontam que o crime foi cometido por vingança.

Uma semana antes de ser assassinada, Rafaela teria disparado tiros contra clientes de uma padaria localizada na avenida Domingos Falavina. No local estava um menor que ela acreditava ser autor do homicídio de Marcos Vinícius da Silva, rapaz com quem ela mantinha um relacionamento extraconjugal, segundo a denúncia. Revoltada, a adolescente teria dito a uma amiga que se vingaria dele. O adolescente é apontado pela Polícia Civil como piloto da moto envolvida na morte de Rafaela.

Solgon concluiu que o menor e Kesley teriam se unido para revidar o crime.

No dia em que foi morta, Rafaela tinha acabado de sair do CDP, onde visitou o marido. Ela dirigia um Fiat Stilo pela avenida Danilo Galeazzi quando sofreu a emboscada. Ao ser alvo de disparos, a adolescente abandonou o veículo no canteiro central e tentou fugir a pé. Imagens de câmeras de monitoramento filmaram a jovem correndo, enquanto era perseguida por dois homens em uma moto. Ela foi alcançada e morta a tiros.

São essas mesmas imagens que ligam Kesley à cena do crime, no entendimento do delegado. Ele viu semelhanças entre as tatuagens do rapaz e do atirador, que estava na garupa da moto. Fazem parte do inquérito provas obtidas a partir de quebra de sigilo telefônico da vítima e de testemunhas. Somado ao fato de que o marido de Rafaela, que estaria sendo traído, seria amigo dos dois suspeitos.

O piloto da moto, que era adolescente à época, cumpriu medida socioeducativa.

Kesley é representado pelo escritório Cheiddi, Reis, Brito & Guioto. Por telefone, o advogado Mário Guioto disse que não vai recorrer da pronúncia.

“A denúncia é totalmente incongruente com as provas dos autos. Apesar de não concordar com os termos da pronúncia, optamos por não recorrer e queremos que o júri aconteça sem demora, ainda neste ano. A defesa tem a mais tranquila certeza de que o réu será absolvido. Em nenhum momento restou provado que foi o Kesley o autor dos disparos. O que existe são meros indícios que não constituem prova. Não vamos perder tempo com recurso, queremos provar o mais rápido possível a inocência do rapaz”, disse.

O réu nega o crime e disse que sabe quem matou Rafaela, mas não pode dizer. A mãe de Rafaela disse em juízo que não acredita no envolvimento de Kesley. A data do júri popular ainda não foi marcada.

diarioweb.com.br