Cardiologista que operou jovem na infância participa da formatura dela em medicina 20 anos depois: ‘Indescritível’

Médica recém-formada precisou passar por cirurgia quando tinha três anos, em São José do Rio Preto (SP). Presença do cardiologista na formatura dela mais de 20 anos depois tornou o momento ainda mais especial.

Uma médica comemora a sua formatura com o cardiologista que a operou quando criança, 20 anos depois. E mais: o especialista foi, inclusive, um dos responsáveis por despertar nela o interesse pela área médica, na adolescência. Parece até roteiro de filme, né? Mas a história aconteceu de verdade em São José do Rio Preto (SP).

Tudo começou quando Giovana Dottore Chaves tinha três anos e sentiu o coração bater “forte” enquanto estava brincando com o irmão. Depois de avisar a mãe, a família começou a investigar a situação.

“Minha mãe ficou preocupada e marcou um médico para mim. Depois dos exames, descobri que tinha uma cardiopatia rara que atrapalhava minha circulação de sangue. Então, precisava fazer essa cirurgia“, conta.

Os pais de Giovanna conheceram o cirurgião pediátrico Ulisses Alexandre Croti por meio de um parente e decidiram procurá-lo no Hospital de Base de Rio Preto. Giovanna relata que, desde a primeira consulta, ele se mostrou preocupado com o quadro dela.

“Um dos grandes fatores para meus pais decidirem fazer a cirurgia com ele foi isso, pois, além da confiança médica, ele nos conquistou como pessoa”, revela.

Depois da cirurgia, o médico se tornou amigo da família, assim como a esposa dele, que é pediatra e acompanhou tanto Giovana quanto o irmão dela durante a adolescência.

Inspiração

A cirurgia e o contato da jovem com Ulisses e outros tantos médicos fizeram com que ela criasse um interesse pela área da saúde.

“Eu acompanhei o Doutor Ulisses e uma tia minha em algumas cirurgias, que foi quando eu decidi fazer medicina, eu ainda estava no 2º colegial”, conta.

No primeiro ano de faculdade, o médico a presenteou com um estetoscópio. De acordo com ele, o presente foi uma forma de representar a torcida por ela.

“Todo médico gostaria de ter um estetoscópio Littman, então eu fui lá e dei o primeiro estetoscópio que tive para ela, torcendo para que ela se transformasse em uma médica”, relata.

Momento especial

Giovana se formou aos 24 anos e, por conta da história que escreveram juntos, a presença de Ulisses na formatura deixou o momento ainda mais especial.

“Foi um momento indestível para mim: estar toda a minha família, ele e a esposa, que participaram de toda essa trajetória… Isso significou muito para mim”, conta.

Para o médico, a formatura da antiga paciente também foi inesquecível.

“Foi bem especial, porque simboliza o quanto é importante a gente, como médico, fazer o bem para o próximo. Quando fui na formatura, fiquei muito contente por poder participar desse pouquinho da vida dela”, completa.

*Colaborou sob supervisão de Ana Paula Yabiku – G1

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