Equipes concluem retirada de corpos das 62 vítimas de acidente aéreo 29h após queda de avião

Trabalhos em Vinhedo foram encerrados às 18h30 deste sábado com 34 corpos masculinos e 28 femininos removidos. Desastre é o maior desde a queda do avião da TAM em 2007.

A Defesa Civil Estadual confirmou que todos os 62 corpos das vítimas do acidente aéreo em Vinhedo (SP) foram retirados dos destroços da aeronave. A conclusão dos trabalhos ocorreu às 18h30 deste sábado (10).

Segundo a Defesa Civil, 34 corpos são masculinos e 28 femininos. Todos foram encaminhados para a unidade central do Instituto Médico Legal (IML) de São Paulo para a identificação e liberação às famílias.

“A unidade segue com atendimento ininterrupto e exclusivo às vítimas do acidente aéreo. Até o momento, 50 corpos foram enviados ao IML Central e o restante está a caminho do local”, comunicou o órgão.

Identificação das vítimas

Dois corpos foram reconhecidos até 18h30 de sábado, segundo a Defesa Civil. No total, 30 foram necropsiados e radiografados. O Instituto Médico Legal (IML) Central atua com cerca de 20 médicos, além de equipes de odontologia legal, antropologia e radiologia, no trabalho de recebimento e identificação dos corpos. “As demais ocorrências que seriam atendidas no local estão sendo direcionadas às unidades do IML nas zonas leste e oeste, que funcionarão 24 horas. O IML na zona norte também prestará apoio, durante o dia, para casos de clínica médica”, completa a Defesa Civil.

Os familiares das vítimas foram acomodados em um hotel na região central de São Paulo. Trinta e oito famílias foram recebidas até as 18h30 e estão sendo atendidas no local pelo governo do estado. A Secretaria de Desenvolvimento Social monitora os atendimentos. “Após a acomodação nos hotéis, onde também recebem acompanhamento psicológico, os familiares são encaminhados ao Instituto Oscar Freire, onde são acolhidos por equipes da Defesa Civil do Estado”, informou o órgão.

“Além de apoio psicológico, os familiares são orientados sobre os documentos médicos que podem auxiliar na identificação dos corpos, além da coleta de materiais biológicos para a realização de exames genéticos, quando necessário”, completou.

Investigação

O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), da Força Aérea Brasileira (FAB), divulgou imagens da abertura das duas caixas-pretas do avião.

Segundo o órgão, os dois gravadores de voo, popularmente conhecidos como caixas-pretas, o Cockpit Voice Recorder (CVR – gravador de voz da cabine) e o Flight Data Recorder (FDR – gravador de dados de voo) foram transferidos para o Laboratório de Leitura e Análise de Dados de Gravadores de Voo (Labdata) do Cenipa, em Brasília (DF), na manhã deste sábado (10). “Os trabalhos preliminares de preparação, extração e degravação de dados foram iniciados pelos investigadores e devem prosseguir, de maneira ininterrupta, pelas próximas horas”, explicou.

Após a conclusão da etapa inicial, em Vinhedo, a investigação avançará para a fase de análise de dados.

Neste estágio, serão examinadas as atividades relacionadas ao voo, o ambiente operacional e os fatores humanos, bem como um estudo de componentes, equipamentos, sistemas, infraestrutura, entre outros. “O Cenipa reitera a intenção e previsão de divulgar, no prazo estimado de 30 dias, o relatório preliminar do acidente aeronáutico”, finalizou.

As caixas-pretas são fundamentais para a investigação das causas do acidente. Isso porque abrigam gravadores que, se encontrados intactos, contêm informações importantes. Um avião, a exemplo do ATR-72 que caiu, possui duas caixas-pretas:

  1. Cockpit Voice Recorder (CVR): um gravador de áudio que registra as conversas entre piloto e co-piloto, deles com os comissários de bordo e com o controle de tráfego aéreo.
  2. Flight data recorde (FDR): um gravador de informações e parâmetros da aeronave, como altitude, velocidade, posição das manetes, botões acionados, entre outros dados técnicos da aeronave ao longo do trajeto.

Com esses dados da aeronave e os áudios da cabine, os investigadores podem entender a dinâmica e os fatores que podem ter contribuído para a queda do avião.

Referência nesse tipo de investigação

Segundo a Força Aérea Brasileira (FAB), o Cenipa é referência internacional nesse tipo de investigação, mas pode contar com a ajuda da fabricante se não conseguir extrair os dados e áudios. “Nós temos a capacidade de fazer a obtenção desses dados, mas, em função da gravidade do evento, o gravador é exposto a uma temperatura tão alta que os equipamentos internos se danificam, impossibilitando a extração. Mas quando isso ocorre, temos acordo de parceria com agências de investigações, da França, Canadá ou dos Estados Unidos”, explicou o brigadeiro.

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