Tribunal do Júri de Votuporanga condena acusados de execução em 20 e 15 anos de prisão

Vítima também teria ligação com o tráfico e foi morta no conflito por território em Votuporanga

O Tribunal do Júri Popular de Votuporanga proferiu sentença na última sexta-feira (28), condenando dois indivíduos envolvidos na violenta disputa conhecida como “Guerra do Tráfico”.

Um dos réus recebeu pena de 20 anos de prisão em regime fechado, enquanto o segundo foi sentenciado a 15 anos também em regime fechado. Ambos já estavam detidos pelo assassinato de um rival supostamente ligado ao tráfico, proprietário de um bar e espetinho no bairro Jardim das Palmeiras, em 2019.

Durante o julgamento, os condenados negaram qualquer envolvimento com o tráfico de drogas e com a morte da vítima, conhecida como Chicá, que foi executada com três tiros, sendo dois na cabeça e um nas costas, em 5 de setembro de 2019, supostamente devido a conflitos territoriais entre facções criminosas, conforme a acusação do Ministério Público.

A condenação se baseou nas evidências apresentadas pelo MP, representado pelo promotor José Vieira da Costa Neto, após investigação da Delegacia de Investigações Gerais (DIG). O trabalho da Polícia Civil incluiu o depoimento de testemunhas oculares do crime, além de desmantelar parte da estrutura do crime organizado em Votuporanga.

Em suas defesas, os advogados Cleber Costa Soares dos Santos e Gilberto Nascimento argumentaram pela inocência de seus clientes devido à falta de provas concretas, e planejam recorrer das sentenças aplicadas.

Os réus, por sua vez, negaram veementemente qualquer participação nos eventos. O condutor da motocicleta utilizada no crime alegou ter sido coagido sob ameaça de arma de fogo, afirmando que trabalhava como mototaxista e foi forçado a realizar o transporte até o local da execução por um terceiro, não sendo o segundo réu mencionado, mas sim um outro criminoso já falecido em disputas de liderança.

Já o acusado de efetuar os disparos contra Chicá defendeu sua inocência, alegando ser trabalhador e residir em São José do Rio Preto na época do crime, sem qualquer ligação com a vítima ou com o evento criminal.

Durante a sessão do júri, o promotor José Vieira da Costa Neto elogiou o trabalho das polícias Civil e Militar de Votuporanga no combate ao tráfico e ao crime organizado, destacando a eficiência da DIG na desarticulação de uma célula criminosa responsável por uma série de mortes e conflitos entre facções rivais de 2019 a 2023.

Ele também expressou preocupação com a banalização da vida humana, a disseminação das drogas entre jovens e adolescentes, bem como a deterioração social evidenciada pela falta de valores morais e pela propagação do mal, inclusive nas redes sociais.

“É como se o mal tivesse perdido a vergonha”, lamentou o promotor, refletindo sobre os desafios enfrentados pela comunidade diante do crescente desafio do crime organizado e do tráfico de drogas.

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