Governo exclui 1,5 milhão de famílias do Bolsa-Família
São famílias em situação irregular, por terem renda acima do limite determinado pelo programa social
O governo irá excluir em março mais de 1,5 milhão de beneficiários do programa Bolsa Família em situação irregular, por terem renda acima do limite determinado pelo programa social. Entre essas famílias, 400 mil são cadastros unipessoais – pessoas que moram sozinhas.
“Já agora, em março, vamos tirar mais de 1,5 milhão de famílias dessas cerca de cinco milhões em que estamos focados. Temos segurança de que essas não preenchem os requisitos”, afirmou o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), Wellington Dias.
O governo vai chamar a partir de março cinco milhões de pessoas que recebem o Bolsa Família para comparecer presencialmente nas unidades dos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) dos municípios para a revisão do cadastro. A expectativa é de que cerca de 1,7 milhão (35%) desses beneficiários esteja recebendo o auxílio de R$ 600 fora das regras, por meio de indicativo errado de composição familiar.
O grupo de unipessoais cresceu de forma explosiva nos últimos anos, após o governo Bolsonaro mudar o desenho do programa e fixar um piso inicial de R$ 400, valor que subiu mais tarde para R$ 600.
O resultado foi um movimento de divisão “artificial” das famílias e de distorção dos dados do Cadastro Único, que funciona como um portal de acesso da população de baixa renda aos programas sociais.