Fique atento aos perigos da exposição excessiva nas redes sociais

Exposição excessiva nas redes sociais traz riscos para crianças e adultos; por outro lado, pode ajudar a polícia a prevenir e a investigar crimes

Postagens do filho com o uniforme da escola, uso de localização em tempo real, ou até publicação de fotos de documentos pessoais e da placa do veículo particular nas redes sociais. Se você possui o costume de adotar alguma dessas práticas deve ficar atento. Isso porque, mesmo que acredite que apenas amigos e familiares estejam vendo, você pode estar sendo monitorado por criminosos.

São publicações na internet que podem permitir que infratores saibam onde você mora, descubra informações básicas da sua vida e venda imagens dos seus filhos na Deep Web. Ou seja, sem necessidade de instalar um vírus no seu computador, as imagens publicadas por você podem fazer você ou seu filho ser uma nova vítima de crimes cibernéticos.

A prática recorrente de publicar fotos ou vídeos de crianças e adolescentes nas redes sociais, como TikTok e Instagram, dançando, fazendo atividades físicas ou na praia, por exemplo, fez crescer a comercialização de pornografia infantil no mundo. Isso em razão de pedófilos acabarem pegando imagens que pais inocentemente publicam em seus perfis e venderem ou trocarem na Deep Web, que é bem mais difícil de ser acessada, ou em grupos de exploração sexual infantil do Telegram.

“O risco de se expor não envolve apenas crianças, mas também adultos. Hoje em dia, dependendo da informação que a pessoa posta, facilita que o criminoso, inclusive, cometa um sequestro relâmpago. Ou até descubra suas senhas, quando fornece informações indiretamente nas redes sociais, como o nome do seu animal de estimação ou datas de nascimento de familiares”, destacou Kalinka Castelo Branco, professora do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP de São Carlos.

Fiscalização

Ao mesmo tempo que a superexposição nas redes sociais deixa vulnerável as pessoas para serem vítimas de criminosos, ela também ajuda a polícia a prevenir crimes. Em Rio Preto, as polícias Civil, Militar e Federal já contam com equipes especializadas em investigações digitais.

A Operação Green Net da Polícia Federal, realizada em 2021, que indiciou cinco pessoas de Rio Preto suspeitas de integrar uma quadrilha de tráfico de drogas, foi iniciada a partir de investigações em redes sociais, justamente porque os criminosos criaram uma rede de comércio ilícito utilizando cinco perfis no Instagram para expor e comercializar “maconha gourmet”.

Segundo Marcelo Timoteo Negrelli da Silva, diretor do núcleo de criminalística de Rio Preto, cada vez mais provas são encontradas nos celulares. “Assim como o exame de corpo de delito em um ser humano, no celular também é possível encontrar vestígios de uma infração penal”.

O QUE FAZER E NÃO FAZER

Ao postar um documento para mostrar como era sua aparência no passado, o usuário também pode expor dados, como assinaturas e números de CPF e RG. Por isso, evite fazer postagens mostrando seu nome completo e número de documentos importantes nas suas redes sociais.

As senhas nunca devem ser as mesmas das contas bancárias e cartões de crédito. Além disso, ao usar o computador ou celular de terceiros, sempre apague as senhas e dados das contas após a utilização. O ideal é optar pela navegação anônima.

Tenha sempre bom senso e cautela ao compartilhar informações em redes sociais. Evite ao máximo postar fotos e vídeos de caráter mais íntimo.

Tome cuidado com a ostentação. Isso pode ser arriscado para você, pois postar onde está, sua rotina e trajeto a cada segundo pode atrair criminosos. Não escancare a vida na internet. Tem muita gente de olho querendo usar as
informações para o mal.

Cuidado com as críticas e desabafos, rede social não é terapia. Cuidado com os assuntos polêmicos: discutir sobre futebol, religião e política nas redes sociais não é muito aconselhável, até porque o tempo passa e as consequências ficam. E, se você quer publicar a foto de alguém e não sabe se esse alguém concordaria, não seja indelicado e peça autorização antes.

Ao postar fotos dos filhos, verifique se não revelam detalhes da rotina (uniforme da escolinha, por exemplo). Além disso, evite fazer check-ins em locais que a família visita com frequência, como escola, clube, igreja.

Cuidado com fotos que exponham demais o corpo da criança. O conteúdo compartilhado publicamente, sem critérios de segurança e privacidade, pode ser distorcido e adulterado por predadores em crimes de violência e abusos nas redes internacionais de pedofilia ou pornografia.

Muito cuidado ao clicar em links recebidos de amigos e desconhecidos. Alguns deles podem ser falsos e levá-lo para páginas contaminadas com pragas virtuais.

Não acredite em todas as mensagens que você recebe. Muitos criminosos podem usar contas invadidas para enviar mensagens, como pedido de ajuda financeira ou marcar encontros. Procure sempre confirmar por telefone antes de responder a um pedido desses.

Cuidado ao publicar seus dados na rede social. Alguns dos criminosos utilizam o recurso de lembrete de senhas que fazem perguntas sobre preferências e fatos da vida do usuário. Datas de aniversário, nome de parentes e animais podem fornecer dados importantes sobre senhas e lembretes.

Não aceite qualquer pessoa como amigo. Algumas delas podem ser criminosas.

Cuidado com os aplicativos. Eles podem ser divertidos, mas podem ser utilizados por criminosos para roubar suas informações. Sempre pesquise sobre eles antes de liberá-los em sua conta.

Fonte: Agência Brasil, Jornal da Onda, Safernet, Portal Bebê e reportagem.

Rone Carvalho – diarioweb.com.br

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