Alemanha acusa Rússia de encomendar assassinato de georgiano em Berlim

Assassinato ocorreu em 2019. Acusação piora relações entre os dois países.

A Alemanha acusou nesta quinta-feira (18) as autoridades da Rússia de terem encomendado o assassinato de um cidadão da Geórgia de origem chechena em 2019, em Berlim, e ameaçou Moscou com novas sanções neste caso que deteriora as relações entre os dois países.

“Em uma data desconhecida anterior a 18 de julho de 2019, as autoridades do governo central da Federação da Rússia ordenaram a liquidar o cidadão georgiano de origem chechena”, informou em um comunicado o Ministério Público federal alemão.

O suspeito mencionado é um russo que entrou na Alemanha com identidade falsa e foi detido pouco depois dos fatos ocorridos na capital alemã.

O embaixador russo em Berlim, Serguei Netschajev, refutou as acusações, que considerou “sem fundamento” e “injustificadas”.

Assassinato em Berlim

Em 23 de agosto de 2019, em plena luz do dia, em um parque do centro de Berlim, um georgiano de origem chechena, de 40 anos, identificado como Tornike Kavtarashvili, morreu após levar três tiros com uma arma com silenciador. As testemunhas falaram na ocasião de “execução”.

O suspeito do crime, Vadim Krasikov, detido perto do local do crime, está preso em Berlim desde então.

“A ordem de matar vem da oposição da vítima do Estado central russo, aos governos de suas repúblicas autônomas da Chechênia e da Ingushétia e ao governo pró-russo da Geórgia”, acusou o MP alemão.

O MP lembra que a vítima tinha “lutado contra a Federação da Rússia como líder de uma milícia chechena durante a segunda guerra da Chechênia, de 2000 a 2004”.

A Rússia tinha designado o homem como “terrorista e o acusou de ser membro do grupo terrorista ‘Emirado do Cáucaso'”.

Após o anúncio da promotoria, o governo alemão informou, através do porta-voz da chanceler alemã, Angela Merkel, que levava “muito a sério” estas “graves acusações” e ameaçou a Rússia com novas sanções.

Berlim já expulsou dois diplomatas russos no fim de 2019 para protestar contra sua falta de cooperação na investigação. A Rússia devolveu com a expulsão de diplomatas alemães dias depois.

FONTE: Informações | g1.globo.com

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