Nova fase da Lava Jato mira multinacional suspeita de pagar propina na Petrobras e bloqueia R$ 1,7 bilhão
67ª etapa da operação foi deflagrada nesta quarta-feira (23). Mandados de busca e apreensão são cumpridos em três estados: Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná.
A Polícia Federal (PF) cumpre 23 mandados de busca e apreensão na 67ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada nesta quarta-feira (23). Um dos alvos suspeitos de pagar propina na Petrobras é a empresa Techint, segundo a imprensa apurou. A Justiça Federal determinou o bloqueio de R$ 1,7 bilhão dos investigados.
A suspeita da PF é de que o pagamento total de propina por parte da empresa foi de R$ 60 milhões, equivalente a 2% no valor de cada contrato.
O Ministério Público Federal (MPF) informou que são investigados, por corrupção, ex-funcionários da Petrobras que se beneficiaram com a propina. Já os intermediários da Techint e de duas empresas de consultoria são investigados por lavagem de dinheiro.
De acordo com o procurador do MPF Marcelo Oliveira, a figura central do esquema dentro da empresa é o diretor da Techint no Brasil, Ricardo Ourique Marques.
A Petrobras afirmou que “é reconhecida pelo próprio MPF e pelo Supremo Tribunal como vítima de uma esquema de corrupção envolvendo agentes políticos e privados”. A companhia informou que “trabalha em estreita colaboração com as autoridades que conduzem a Operação Lava Jato”.
A imprensa tenta contato com o Grupo Techint.
Ao todo, a PF cumpriu as ordens judiciais em três estados. Não há mandados de prisão.
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Cerca de 100 policiais federais participaram da ação. Os mandados foram expedidos pela 13ª Vara Federal de Curitiba.
‘Tango & Cash’
Esta nova etapa da Lava Jato foi batizada de “Tango & Cash”. De acordo com a PF, o nome remete aos valores de pagamento de propina à dupla nacionalidade do grupo investigado, que é ítalo-argentino.
O cartel, chamado de “O Clube”, chegou a ser formado por 16 empresas. “O Clube” passou a aceitar que outras empreiteiras participassem do cartel em 2006. Até então, nove empresas faziam parte.
A Techint integrava o cartel desde o início, conforme a PF.
Pagamento de propinas
Segundo as investigações, em troca de propina, uma das empresas do Grupo Techint fechou, entre 2008 e 2012, contratos com a Petrobras que somam R$ 3 bilhões para fornecimento de tubos.
Para que o pagamento de propinas tivesse uma aparência de licitude, eram usadas offshores para repassar os valores a ex-diretores e ex-gerentes da Petrobras.
Um dos ex-diretores da Petrobras, segundo a PF, recebeu US$ 9,4 milhões entre 2008 e 2013.
De acordo com a PF, ele continuou recebendo parcelas de propina mesmo depois de ter saído da estatal, em 2012. O nome desse ex-diretor não foi informado.
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